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  • Foto do escritorLuís Gustavo Camargo

Dia do Radialista: a conquista e a representatividade feminina no rádio

Dia do Radialista é comemorado hoje, 7 de novembro. Mulheres fizeram importantes avanços na profissão.



Comemorado no dia 7 de novembro, o Dia do Radialista surgiu em consequência de uma homenagem ao radialista e músico nascido neste dia, Ary Barroso. Porém, no dia 21 de setembro também há uma celebração dessa data, devido à criação da lei de fixação do salário base durante o Governo Vargas, em 1943.


Os profissionais de rádio desempenham qualquer atividade que tenha alguma relação com rádio, cinema, TV ou internet. Como, por exemplo, montagem de cenário de um programa, apresentação de um programa ao vivo, coordenação de som e imagem, equalização do som, entre outras funções.


Papel das mulheres no rádio



Desde muito tempo, as mulheres tiveram um papel essencial no rádio e em toda sua transmissão, como, por exemplo, as transmissões diurnas passaram a ser caracterizadas como “femininas”, além disso, diversas mulheres foram lançadas no rádio: Carmen Miranda, Dalva de Oliveira, Hebe Camargo, Inezita Barroso, entre outras.


No ano de 1923, no estado do Rio de Janerio, Maria Beatriz Roquette Pinto foi a primeira mulher radialista e estreou o rádio já nas primeiras transmissões ao exercer diversos cargos em funções. Fundada por seu pai, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi seu grande começo.


Com a criação da Rádio Mulher na cidade de São Paulo, em meados dos anos 70, apenas profissionais do sexo feminino tinham espaço na programação. No ano seguinte, foi criado a editoria de futebol e jornalistas como Zuleide Ranieri, Claudete Troiano, Leilah Silveira, foram contratadas.


Zuleide Ranieri.

Desde motorista até a técnica de som, a equipe era feminina. Em 15 de junho, ocorreu a primeira narração esportiva feita por uma mulher: Zuleide Ranieri narrou o amistoso S.E. Palmeiras 2X0 A. Portuguesa de Desportos, no Palestra Itália.


Em entrevista para a rádio Amantes, Claudete Troiano, uma das percussoras femininas no rádio, conta sobre sua participação: “O dono da Rádio Mulher soube que no Salão da Criança tinha uma loirinha lá que narrava jogos e me chamou” disse Claudete. A ideia inicial era que ela fosse repórter da equipe esportiva que em processo de montagem. Logo, houve o interesse da emissora para que ela narrasse jogos de futebol. Para isso, ela teve que se preparar e fez alguns teses. “Antes de estrear, peguei um gravador que era desse tamanho naquela época (faz o gesto com as mãos), fui lá para arquibancada de um jogo do São Paulo com meu gravador e narrando. E assim eu comecei a narrar”.


Hoje eu reconheço, na época eu não tinha noção, que foi muito importante esse nosso trabalho porque a mulher era colocada como um objeto só decorativo em programas esportivos. A mulher não tinha voz, não tinha vez”, afirmou.


Para a BBC Brasil, a jornalista conta que não existia clima ruim de trabalho. “Não sei se era porque a gente estava tão focada. Já era tão difícil entrar em um campo totalmente ocupado por homens em todos sentidos — por críticos, jogadores, torcedores —, então entre nós foi sempre tudo muito bem", comenta.


Claudete Troiano entrevista Pelé.

Entrevista: Eliana Chuffi


Em entrevista à De Mulher Para o Mundo, Eliana Chuffi, apresentadora e radialista da Rádio Mix falou um pouco sobre a profissão e a representação da mulher no meio.


Eliana Chuffi é atualmente apresentadora da rádio Mix FM na cidade de São Paulo, onde atua há mais de 20 anos, e comenta que sua paixão pelo rádio e por comunicação vem de berço.


Eliana Chuffi.

Eu era aquela criança que chorava se a mãe desligava o rádio. Sempre prestei muita atenção na comunicação e nos apresentadores além da programação musical. A primeira vez que me interessei como adulta foi após meu magistério quando estava fazendo estágio de professora e resolvi levar um caderno de anotações anotando a programação. Com 16 anos de idade, pedi um espaço para o diretor. Quando entrei pela primeira vez numa transmissão ao vivo, lembro que meu olho brilhava e tive a certeza que era aquilo que eu queria fazer”, diz Eliana.


Sempre acreditei no rádio como um dos maiores meios de comunicação da atualidade pois o rádio dispensa a imagem e pode ser carregado para onde você for. Desde o “radinho” de pilha da dona de casa ou até mesmo no rádio de um carro importado. Como é um meio sem imagem, conseguimos realizar diversas outras tarefas escutando o rádio sendo um meio que mais desenvolve a linguagem e a comunicação nos obrigando a descrever tudo o que é visto por nós”, diz a radialista.


Para ela, o rádio traz o papel social fundamental de ser porta-voz. Como, por exemplo, desde um problema de um buraco na rua ou até mesmo as atualizações sobre o estado de uma guerra. “Penso que o rádio tem esse papel na sociedade levando a comunicação com uma rapidez. Como não necessitamos de uma imagem, podemos utilizar nosso próprio celular para transmissão de um boletim informativo”, completa.



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