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  • Foto do escritorLuís Gustavo Camargo

Dia do Sexo: explorando os mais profundos desejos

Data é celebrada hoje, 6 de setembro.


*Conteúdo não indicado para menores de 18 anos.



Fazendo alusão à posição sexual "69", o "Dia do Sexo" é comemorado no dia 6 de setembro como consequência de uma ação de marketing de uma marca de preservativos. Um dos objetivos era conscientizar as pessoas sobre a importância do uso de preservativos.


O sucesso da peça publicitária na época foi tanto que, além de envolver a população, que tem popularizado a data ao fazer publicações nas redes sociais sobre o tema, também impactou outras empresas que estão relacionadas ao assunto e hoje se aproveitam da data para fazerem suas próprias ações de marketing.



Fetiches



De acordo com o dicionário, o "fetiche" é representado por qualquer objeto, geralmente peças do vestuário, ou parte do corpo que se acredita apresentar qualidades mágicas ou eróticas.


O filme 'Cinquenta Tons de Cinza', sem dúvidas, ajudou a popularizar em nossas relações o assunto que para muitos era tabu nas rodas de conversa.


Dentre os fetiches mais comuns, podemos observar a podolatria, BDSM ("Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo"), fantasias, coleiras, puppy play, sexo anal, exibicionismo, entre outros.


Sigmund Freud, o fundador da psicanálise, explorou o conceito de fetiche sexual em seu trabalho. Para ele, o fetiche sexual seria uma manifestação de desejo sexual desviado, em que um objeto inanimado (como roupas íntimas, sapatos, etc.) substituía a pessoa amada/ desejada como fonte de excitação. Ele argumentou que os fetiches frequentemente se originavam na infância, como resultado de experiências que deixaram uma impressão duradoura no indivíduo. Freud via o fetiche como uma forma de lidar com a ansiedade sexual e uma tentativa de preservar a inocência da infância. Em suma, o fetiche, na teoria de Freud, era uma forma de desvio sexual que surgia de processos psicológicos complexos.


Entre as mulheres — mas também entre o público masculino —, um dos fetiches mais comuns é a dominação e, com isso, as "Dominatrix" são bem populares no meio. Como o próprio nome já diz, a mulher exerce um papel dominante em uma relação BDSM com um homem ou até mesmo com outra mulher.


As Dominatrix


A equipe De Mulher Para o Mundo, conversou com Single Maldicta e Karol Jhessy para discutirmos um pouco sobre o assunto.


"Conheci o BDSM devido ao meio liberal, e comecei a vender conteúdos explícitos, até que um "sub" me apresentou ao sadomasoquismo. Para mim, o termo é o prazer em causar dor. Sempre fui muito curiosa no mundo dos fetiches para aprender o que era relacionado e, com esse sub, tive contato com diversas vertentes como podolatria, spank, trampling, ballbusting, inversão, cuckold e comecei a pegar "gosto" e também fazer sessões presenciais", disse a dominatrix.  


Maldicta trabalha em sites de acompanhantes de luxo, e conta que acredita que a submissão vem de um nível de hierarquia profissional grande, como por exemplo, presidentes de empresa, que precisam ser mandados para não "sair da casinha". A maioria dos homens são casados e sentem medo de compartilhar seus desejos com suas parceiras, conta.


Single Maldicta.

"Para realizar as sessões, o cliente precisa estar livre de substâncias relacionadas ao álcool e drogas em um ambiente seguro e práticas de forma consensual. Não mistura fantasia com fetiche, pois o fetiche não precisa da prática sexual", cita.


Karol Jhessy não se define sadomasoquista, pois acredita que não seria o nome ideal para as práticas que vive dentro das vertentes. "O sadomasoquismo está muito ligado em bater ou apanhar, sendo algo muito remoto, fazendo com que as pessoas liguem a imagem de dor no automático. O que vivo dentro do BDSM está muito mais ligado ao prazer sem a prática do ato sexual. O sadomasoquismo está ligado até onde a pessoa está disposta a ter dor e até onde é o limite de ser confortável e dentro do SSC (São, Seguro e Consensual).", diz Karol.


A dominatrix conta que seu primeiro contato foi a partir da dança aos seus 18 anos, quando começou a dançar em festas fazendo pole dance e lap dance, sendo convidada para uma festa fetichista em que tinha que realizar uma apresentação onde deveroa bater em uma pessoa. "O BDSM não é algo relacionado ao sexo. (...) Para começar, esteja sempre ao lado de quem você confia com muito respeito e sem ultrapassar o sinal vermelho", diz


Para ela, ser mulher é um ato de resistência e empoderamento. Karol também comenta que a dança ajuda muito.  


Para ela, as representações de filmes e séries não são fiéis. "Podemos citar o filme Cinquenta Tons de Cinza, onde traz a questão de obrigação e dor, e na verdade não é só isso. Na novela Verdades Secretas, a personagem Angel sofria demais e não gostava do que fazia, a dor precisa estar atrelada ao prazer e não algo para agradar o outro. Precisamos inserir as práticas reais nos filmes e séries para ensinar cada vez mais sobre esse assunto”, diz Karol Jhessy.


Karol Jhessy.

Karol fala sobre a liberdade sexual feminina, que, para ela, está muito avançada e assertiva nos dias de hoje. "Ou temos relações com quem realmente vai acrescentar algo em nossa vida ou preferimos ficar sozinhas. Não vamos perder nosso tempo tendo um envolvimento com qualquer um. Procuramos pessoas que estejam no mesmo foco que nós. Nós estamos na liberdade de sair e transar com qualquer pessoa e tentando se desvincular de pensamentos machistas", comenta. "No meio que vivo, ninguém está se privando, as mulheres estão se desligando do que os outros vão pensar", completa.


A dominatrix conta que sempre teve a família ao seu lado. "Perdi minha mãe muito nova e ela era muito mente aberta. Tive sempre minha irmã ao meu lado no papel de mãe, onde pude conversar sobre tudo. Em relação à minha área, demorei muito para perceber o ciúmes que ela tinha. Mas aquele ciúmes de cuidado, sabe? Foi quando fomos numa casa de shows onde eu iria apresentar e minha irmã se interessou para ver a apresentação de outra pessoa. Fiquei um pouco indignada, pois ela nunca tinha visto um show meu e queria muito entender o que realmente estava acontecendo. Depois de uma conversa, me surpreendi com minha irmã vendo meu show, batendo palma e empolgada e entendendo que tudo não passava de um pré-julgamento dela relacionado ao cuidado que ela tinha comigo. Depois disso, ela sempre me perguntou sobre tudo e é muito gostoso compartilhar todas as experiências com ela".


Sexóloga, a especialista


Em entrevista à De Mulher Para o Mundo, também conversamos com Bruna Romanato, a Romasex, farmacêutica especializada em manipulação de medicamentos e que, devido à pandemia, resolveu migrar para o meio erótico devido às consultorias que realizava sobre o assunto com pessoas de seu meio social.


"Resolvi criar uma conta no Instagram para vender produtos eróticos e fez muito sucesso. Comecei a postar e, após uma página me divulgar, meu perfil bombou, e depois disso, acabei realizando um curso para exercer a profissão de sexóloga. Acabei criando conteúdos em vídeos e minha irmã me ajudou no ínicio devido à sua profissão com o audiovisual", conta.


Romasex conta que a sexualidade está como nós nos relacionamos, está no autocuidado, o que te move, o limite do não e o jeito que você se relaciona com a vida. "Sexo representa a energia vital, a libido e o que nós move. Nunca podemos apagar a nossa chama", diz. "Sempre temos que ver onde é o nosso limite do que queremos ser e o que querem que eu seja. A hipersexualização acaba atrapalhando à sexualidade", conta.


Para ela, o fetiche é saudável com o consentimento. Quando isso ultrapassa, acaba virando um transtorno, como por exemplo: "O fetiche voyeur consiste na excitação ao presenciar e observar o ato sexual de pessoas. Quando você invade a privacidade de uma pessoa com um binóculo ou até mesmo invade uma casa, isso se torna uma doença. A pessoa não consegue ver o limite", diz Bruna.


A questão da educação sexual está cada vez mais inserida em nossa sociedade, porém ainda é um tabu para muitos. "A escola e a família precisam trabalhar em conjunto, como por exemplo, nomear as partes do corpo, ensinar o nome dos genitais, ensinar às crianças ao não me toque, introduzir palestras de educação sexual nas escolas", conta.


O "não me toque" referido pela sexóloga se refere aos limites ensinados às vrianças desde cedo quanto ao toque de terveiros em seu corpo, técnica também conhecida como "semáforo do toque".


Semáforo do toque


Mercado erótico



Em entrevista à De Mulher Para o Mundo, Jean Bianchi, dono do sex shop Prime Hot Sex comenta que a data é muito importante para todo o meio erótico e traz consigo muito assuntos que devem ser colocados em pauta pois sexo está ligado à saúde e ao conhecimento de si mesmo.


"O sexo precisa ser tratado de uma forma aberta, seja dentro de casa ou até mesmo dentro de um relacionamento para evitar problemas e isso contribui para o conhecimento e sintonia do ambiente" diz Jean.


Ele também comenta que os produtos mais procurados em sua loja são lubrificantes, masturbadores e géis de sexo oral com sabores.


Cuidados e prevenções



A camisinha feminina é feita de poliuretano, um material mais fino que o látex utilizado no preservativo masculino, impedindo o contato direto de espermatozoides com o canal vaginal e com o colo do útero, evitando, assim, a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis, a transmissão do HIV, e prevenindo a gravidez não planejada.


Chegou ao país em 1997 e desde 2000 é distribuída gratuitamente em todas as unidades de saúde espalhadas pelo Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


A Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Rio de Janeiro lista vantagens do seu uso:


• É resistente, confortável e mais fininho.

• É antialérgico, feito de borracha nitrílica, podendo ser usado por pessoas alérgicas ao látex.

• Pode ser colocado algumas horas antes da relação sexual.

• Não necessita aguardar a ereção do pênis.• Por ser bem lubrificado, proporciona às mulheres maior conforto e prazer durante a relação sexual.

• Algumas mulheres afirmam que sua utilização é prazerosa por ter um anel flexível que massageia levemente o clitóris.

• O preservativo feminino também pode ser usado no sexo oral.

• O preservativo feminino previne também outras ISTs.




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