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  • Foto do escritorHellica Miranda

Dia Internacional da Mulher: 3 livros escritos por mulheres e lançados em 2022 para ler em 2023

Badalados de não-ficção levaram as mulheres e seus dilemas ao centro do debate no amplo mundo da literatura.



Em Busca de Mim, de Viola Davis


Créditos de imagem: Editora BestSeller

Figurinha carimbada na De Mulher Para o Mundo, Viola Davis recebeu, por seu livro autobiográfico "Em Busca de Mim", um prêmio Grammy — graças à versão em audiolivro.


Sou a garotinha que corria para casa todos os dias no terceiro ano porque uns garotos me odiavam por não ser bonita. Por ser negra.

— Viola Davis.


Entre traumas e superações, Viola descreve intensamente as lições pelas quais passou desde o que pensava ser sua vocação (tornar-se atriz) até o encontro com aquele que era seu destino: a aceitação radical de sua existência.


Dos momentos mais absurdos à vulnerabilidade social, a história de Viola ganha um tom maduro quando ela mesma começa a dar a devida atenção e importância ao seu passado difícil.


Como a própria atriz conta em entrevista à apresentadora Oprah Winfrey no documentário 'Oprah e Viola: Um Evento Especial', da Netflix, o livro foi escrito durante a pandemia, no isolamento. Viola Davis transformou vulnerabilidade e coragem e contou, nas 266 páginas (na versão em português), os momentos difíceis que viveu desde a infância, passando pelo racismo, pela miséria e pela violência doméstica a que era submetida junto à mãe e a irmã pelo pai, que abusava do álcool.


Viola Davis encontrou a cura através da arte. Encontrou-se no teatro aos 9 anos e, anos mais tarde, formou-se na Julliard School — a mais conceituada universidade de artes dos Estados Unidos.


No auge de sua fama, expõe, sem rodeios, como buscou e encontrou a si mesma em meio às mais diversas dificuldades, incluindo situações degradantes da dignidade humana.


"Em Busca de Mim" tem 4.9 estrelas na Amazon, contando com mais de 4 mil avaliações.



Estou feliz que minha mãe morreu, de Jennette McCurdy


Créditos de imagem: nVersos Editora

Conhecida por interpretar a irreverente Sam Puckett na sitcom 'iCarly' de 2007 a 2012, Jennette McCurdy deu uma pausa em sua carreira nas telas a partir de 2017, quando decidiu se dedicar à escrita e direção.


McCurdy voltou à mídia em 2020, quando começou a apresentar o show tragicômico 'I'm Glad My Mom Died' ("Estou Feliz que Minha Mãe Morreu", em português), interrompido pela pandemia de Covid-19.


Seu livro autobiográfico de mesmo título foi lançado em 2022, narrando as dificuldades que enfrentou como uma criança — e adolescente, jovem adulta — crescendo em frente aos holofotes contra a própria vontade graças às escolhas de uma mãe abusiva e negligente, além dos abusos sofridos na própria indústria.


"Estou Feliz que Minha Mãe Morreu" foi recebido com críticas positivas pelos especialistas e com empatia por boa parte dos leitores. O livro esgotou em 24 horas após seu lançamento na Amazon e outras varejistas estadunidenses.


Dave Itzkoff, do The New York Times, escreveu em sua crítica que o livro era "uma história de amadurecimento que é alternadamente angustiante e mordazmente engraçada".


O livro lança luz sobre um assunto ainda considerado tabu para muitos na sociedade: a maternidade tóxica e abusiva, que normalmente cerceia os filhos como indivíduos, transformando-os em propriedade, fugindo completamente da imagem de que a maternidade é exclusivamente bonita e que a mulher naturalmente "nasce para ser mãe".


A obra de McCurdy tem 4.8 de 5 estrelas na Amazon, uma média tirada de 412 avaliações.


O Acontecimento, de Annie Ernaux


Créditos de imagem: Fósforo Editora

Annie Ernaux, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura, narra cruamente em "O Acontecimento" uma experiência dura em sua própria juventude: aos 23 anos, engravidara sem intenção de um namorado qua mal conhecia.


Sem poder contar com ninguém, numa França cujo aborto era ilegal, ela enfrenta o acontecimento com seus diários até a realização de um aborto clandestino.


No livro, Ernaux aproveita para refletir sobre o imperativo da lei sobre o corpo feminino e sobre o valor da nossa própria vontade.


O verdadeiro objetivo da minha vida talvez seja apenas este: que meu corpo, minhas sensações e meus pensamentos se tornem escrita, isto é, algo inteligível e geral, minha existência completamente dissolvida na cabeça e na vida dos outros.

— Annie Ernaux.


O New York Times Book Review define: "Catálogos meticulosos de anseios, humilhação, ansiedade de classe e angústia, os livros de Ernaux são pouco generosos nos detalhes e impiedosos no tom. Em contraste com as de tantos dos seus pares confessionais, suas táticas de choque são regidas por princípios, impulsionadas menos pelo narcisismo ou pela necessidade de autojustificação do que por um impulso mais elevado: um desejo de capturar o passado tal como ele era, não distorcido por memórias defeituosas, julgamentos morais ou floreios literários decorativos".


"O Acontecimento" tem 4.7 estrelas na Amazon, média retirada de 1071 avaliações.

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