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  • Foto do escritorHellica Miranda

Dia Mundial do Rock: Mayara Puertas sacode tudo

Na data que celebra o rock no mundo todo, o papo é com a vocalista Mayara Puertas, que é a personificação perfeita do estilo.



O lendário Live Aid


No Dia Mundial do Rock, celebrado em 13 de julho em homenagem ao Live Aid, festival que aconteceu em 1985 e foi organizado pelos músicos Bob Geldof e Midge Ure com o intuito de arrecadar fundos para combater a situação de fome na Etiópia.


O festival aconteceu no Wembley Stadium, em Londres, contando com mais de 80 mil pessoas na plateia, e no John F. Kennedy Stadium, na Filadélfia, onde estiveram quase 100 mil pessoas. Festivais menores aconteceram no Japão, em Sydney e em Moscou.


Participaram dos shows a banda Queen — cuja apresentação foi considerada "Melhor Show Ao Vivo" —, o músico David Bowie, o grupo irlandês U2, o beatle Paul McCartney, Phil Collins, o grupo Dire Straits, Elton John, B. B. King, Black Sabbath, The Beach Boys e muitos outros artistas.


Live Aid no Wembley Stadium, Londres

Vivendo o rock 'n' roll agora


Celebrando o gênero musical que engloba tantos outros, convidamos a vocalista Mayara Puertas, da banda de metal Torture Squad, para contar um pouco de sua história como mulher no mundo do rock.


Créditos de imagem: Heitor Shewchenko

DMPM: Para você, o que o rock significa? Como começou essa relação?

Mayara: O Rock é a trilha sonora da minha vida desde os meus 11 anos de idade, é através dele que expresso meus sentimentos e pensamentos com muita energia e rebeldia, sem medo do que vão pensar a meu respeito.


Me expresso não só através da música, mas também na forma de me vestir e no meu estilo de vida, que muitas vezes vai na contramão da “caixinha” que a sociedade quer colocar uma mulher.


DMPM: Você já se sentiu menosprezada ou subestimada como uma mulher no meio musical, sobretudo do rock?

Mayara: Toda mulher que tenta crescer e construir seu caminho de independência, ou que ocupa um lugar de destaque, em vários momentos da vida cruza com atitudes de pessoas que querem nos diminuir. A gente escuta “Você só conseguiu isso ou aquilo por que é mulher”, desacreditando nossas conquistas e talento. Não podemos nos abalar diante disso, sabemos da força e garra que nós mulheres temos e o quanto somos capazes de ir muito longe! Não é a toa que o mercado do Rock e Metal no Brasil tem tido muito destaque em bandas com integrantes mulheres, que mostram não só talento mas também capacidade de gerir suas carreiras.


DMPM: Você teve alguma grande inspiração para seguir carreira na música? Se sim, quem? E de que forma te influenciaram?

Mayara: Quando comecei a ouvir rock, haviam poucas referências femininas em que eu podia me espelhar. Mas, desde pequena, queria seguir carreira como cantora. Acredito que, nos anos 2000, artistas como Pitty e Avril Lavigne inspiraram muitas meninas a começarem no Rock, mas a primeira que chamou minha atenção foi quando ganhei um DVD do Within Temptation (The Silent Force Tour - 2005) com a Sharon Den Adel nos vocais. Eu sabia todas as músicas de cor. Quando comecei a ouvir metal extremo, a vocalista que mais me inspirou foi Sabina Classen, da banda alemã Holy Moses.


Sharon Den Adel, vocalista da Within Temptation

DMPM: Quais são seus maiores apoiadores na carreira musical? De que maneira eles te incentivam?

Mayara: Tive a sorte de cruzar com inúmeras pessoas que me apoiaram e contribuíram comigo ao longo de minha carreira. Posso mencionar minhas amigas Prika Amaral (inúmeros conselhos e experiências compartilhadas) e Fernanda Lira (que me indicou para assumir os vocais do Torture Squad), o jornalista Ricardo Batalha, o Professor Ariel Coelho, que me iniciou como instrutora de voz extrema, Beto Bisca, que é nosso manager, meus companheiros de banda, fãs e também marcas que me apoiam nessa trajetória.


DMPM: Como você vê o cenário musical brasileiro atual? Acredita que algumas mudanças sejam necessárias?

Mayara: O Brasil, assim como toda a América Latina é um território muito fértil, com excelentes músicos em diversos estilos, mas bem resistente em aceitar que o Rock e o Metal fazem parte de sua cultura. Isso restringe o acesso do nosso estilo às grandes mídias, e faz com que nosso nicho ainda encontre barreiras comercialmente. Posso dar o exemplo do Rock in Rio, que toquei em 2019, o dia do metal foi o primeiro a ter ingressos esgotados e, em todas as edições do festival, novas bandas talentosas estão presentes, mas são as que menos recebem holofotes dos grandes meios de comunicação .Existem dificuldades também para que os músicos de Rock e Metal tenham acesso a leis de incentivo à arte e cultura (diversos países europeus apoiam suas bandas através de legislações como essas), acesso a instrumentos e ao estudo de música, ainda que é muito caro em nosso país, isso faz com o quem trabalha com Rock ainda seja parte de um movimento de resistência. Investir na música é dar oportunidade para que novos profissionais consigam seguir carreira, isso não se resume somente aos músicos mas também técnicos, engenheiros, produtores… existe toda uma cadeia de profissionais que deixam de ser empregados quando se fecha as portas para a música.




DMPM: Qual é sua perspectiva para seu futuro na música? Quais são seus planos e objetivos?

Mayara: Atualmente estou em turnê com a minha banda Torture Squad, e vamos lançar um CD ao vivo e videoclipes ainda este ano. Em 2023, um álbum inédito está por vir, planejamos uma parceria com uma gravadora internacional, assim como estender as turnês para fora do país agora que o mundo pós-pandêmico retoma as atividades. Além dos meus trabalhos como cantora, estou investindo na minha carreira como produtora e lançando meus cursos de canto em plataformas online.


DMPM: Quais conselhos você daria para uma menina que sonha em seguir carreira musical no rock?

Mayara: Mesmo que você seja iniciante, não tenha uma banda ou material lançado, não deixe de se profissionalizar e usar a internet como ferramenta para promover seu talento, faça você mesma sempre procurando mostrar um trabalho com qualidade e identidade. Se interesse por estudar instrumentos, conhecer outros estilos, isso vai fazer com que sua música seja surpreendente. Use a música não só para entreter, mostre suas ideias, pensamentos, experiências que viveu, e com certeza mais pessoas irão se identificar com a sua personalidade.








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