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  • Foto do escritorPriscila Freire

Enfrentando o racismo institucional

O racismo institucional muitas vezes permanece oculto, fazendo com que suas vítimas sofram sem apoio. Combater essa injustiça requer um esforço conjunto e multifacetado em todos os domínios onde ele se manifesta.


Crédito da imagem: Latuff 2010

O racismo institucional, diferentemente do estrutural que se caracteriza ​​por ser um conjunto de práticas, hábitos, situações e falas que promovem o preconceito racial no dia a dia da população, mesmo que sem a intenção, é a forma de discriminação racial que é enraizada nas estruturas e práticas de instituições sociais, como o governo, empresas, escolas e organizações não governamentais. Ele se manifesta de várias maneiras, desde políticas e procedimentos que perpetuam a desigualdade racial até preconceitos sutis embutidos em sistemas e culturas organizacionais, às vezes ele está presente de maneira tão frequente que pouco é percebido.

O fato de muitas vezes o racismo institucional não ser percebido imuniza quem o sofre dos efeitos e interfere veemente no caminho para o crescimento e sucesso igualitário. 

É necessário combatê-lo, e isso requer um esforço coordenado em várias frentes de todos os locais em que ele ocorre.


É preciso que haja educação e conscientização. As instituições de ensino, trabalho e o seio familiar precisam promover a compreensão do racismo institucional por meio da educação e da conscientização, isso é crucial e inclui ensinar sobre os sistemas de opressão racial e suas ramificações em instituições.

Sempre que percebido no ambiente, se faz necessária uma reforma institucional. É preciso exigir e implementar mudanças nas políticas e práticas das instituições para eliminar a discriminação racial. Isso pode envolver revisão de políticas de recrutamento, promoção da diversidade e inclusão, e criação de medidas de prestação de contas para garantir igualdade de oportunidades. Quando colocamos numericamente no papel os grupos e pessoas contratadas pelas empresas fica mais fácil visualizar o quanto o ambiente é afetado pelo racismo institucional.

Crédito da imagem: arquivo

Segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 55,5% da população brasileira se identifica como preta ou parda, o que equivale a 112,7 milhões de pessoas. A população parda representa 45,3% da população brasileira, seguida pela branca, 42,8%, pretos 10,2%, indígenas 0,8% e amarelos 0,4%. 

Tendo em vista que pessoas que se identificam como pretas ou pardas são maioria na população brasileira, cabe o questionamento do quanto essa realidade é refletida nas instituições e em caso negativo devemos nos questionar do porquê disto não ser a realidade em qualquer ambiente. As oportunidades são as mesmas?



Crédito da imagem: canva

É preciso apoiar e envolver-se em movimentos e campanhas que visam combater o racismo institucional e isso inclui participar de protestos, assinar petições, apoiar organizações que lutam contra o racismo e pressionar por mudanças políticas. 

Se você acha que não ser racista é o bastante, preciso lembrar-lhe que ser anti-racista e atuante nesta pauta é parte de uma reparação histórica necessária, pois, a escravatura no Brasil durou mais de 300 anos, começando em 1535 e terminando em 1888 com a abolição da Lei Áurea. Nossos ancestrais fizeram parte disso, ora como executores, ora como vítimas. A escravatura foi uma instituição violenta e desumana que escravizou milhões de indígenas e africanos. A economia brasileira foi fortemente influenciada por isto, ela esteve ligada ao trabalho escravo durante 388 anos, com a extração de ouro e pedras preciosas, a cana-de-açúcar, a criação de gado e a plantação de café.



Crédito da imagem: canva

Instituições antenadas e modernas precisam oferecer treinamento e desenvolvimento para funcionários e membros sobre questões relacionadas à diversidade, equidade e inclusão. Isso pode ajudar a aumentar a conscientização sobre o racismo institucional e a promover uma cultura mais inclusiva. Além disso pode-se também estabelecer sistemas de monitoramento e avaliação também ajudam a acompanhar o progresso na eliminação do racismo institucional e identificar áreas onde mais esforços são necessários. Dar voz e poder às comunidades afetadas pelo racismo institucional para que possam liderar esforços de combate e propor soluções que atendam às suas necessidades. Essas são apenas algumas estratégias para combater o racismo institucional, e é importante reconhecer que o trabalho para erradicá-lo é contínuo e requer o comprometimento de todos os setores da sociedade.


Convido cada leitor a se tornar parte desta importante luta contra o racismo institucional. A transformação requerida não é apenas uma responsabilidade das instituições, mas de cada um de nós. Ao nos educarmos, nos engajarmos em ações concretas e promovermos a inclusão em nossas próprias esferas de influência, podemos contribuir para um mundo mais justo e igualitário para todos. Juntos, podemos criar um futuro onde o racismo institucional seja uma lembrança do passado, e a diversidade seja verdadeiramente celebrada e valorizada em todas as nossas instituições e na sociedade como um todo. Vamos nos comprometer hoje a ser parte dessa mudança positiva.


Se você ainda acha que racismo não existe ou tem dúvidas sobre como ocorre, lhe convido a assistir o vídeo abaixo realizado pelo governo do Paraná num teste com profissionais de Rh:  




Racismo é crime. Denuncie, disque 100.

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