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  • Foto do escritorGabriela Araújo

Marta Silva: a Rainha do Futebol

Mostrando que mulher pode tudo, a atacante da seleção brasileira conquista seis Bolas de Ouro e se torna a segunda jogadora, entre homens e mulheres, com mais prêmios de Melhor do Mundo.



Infância


Nascida no município de Dois Riachos, em Alagoas, no dia 19 de fevereiro de 1986, Marta Vieira da Silva teve uma infância humilde. Com apenas um ano, seu pai deixou a família. Desde então, Marta e os três irmãos (Ângela, José e Valdir) foram criados pela mãe, Tereza da Silva, em um salão dividido em cômodos separados por tecidos.


Com a situação financeira precária, a jogadora já revelou que não tem foto nenhuma deste período, uma vez que não tinha condições de comprar uma câmera. Por sinal, seu primeiro registro da infância foi somente aos 9 anos.


Carreira


Em 1999, aos 13 anos, Marta começou a jogar futebol no juvenil do Centro Esportivo Alagoano (CSA), jogando na maioria das vezes, com meninos e raramente com meninas.


Incentivada por um olheiro, aos 14 anos, a atacante saiu de casa rumo ao Rio de Janeiro em busca do sonho de se tornar jogadora de futebol profissional.


Ao sair de casa, iniciou sua carreira no Vasco da Gama, onde permaneceu durante três anos, até ser emprestada ao time mineiro Santa Cruz. Ainda jogando no Brasil, em 2003, Marta começou sua trajetória na seleção brasileira, disputando a primeira Copa do Mundo. Ainda bem jovem, a futura melhor jogadora do mundo já chamava atenção entre as jogadoras mais experientes.


Retornando do empréstimo, a Rainha foi negociada pelo clube carioca para defender  o Umeå IK, da Suécia. Por este clube, tornou-se muito mais conhecida na Europa e foi se destacando cada vez mais, até ganhar a suas três primeiras Bolas de Ouro.


Em 2009, a atleta foi contratada pela equipe do Los Angeles Sol. Marta pertenceu ao clube até 2010. Ainda atleta do Los Angeles Sol, Marta retornou ao Brasil, emprestada para o Santos por três meses. No clubex foi campeã da Copa Libertadores e Copa do Brasil feminina, em 2009.


Retornando desse empréstimo, Marta ficou disponível para o draft (atletas de clubes que encerraram as atividades ficam liberados para serem contratados por outras equipes). A jogadora foi escolhida pelo FC Gold Pride e foi, em 2010, artilheira da Liga Nacional pela segunda vez, levando a equipe ao título de campeã.


No ano seguinte, a jogadora reforçou o Western New York Flash, onde também foi campeã da Liga. Assim que o campeonato acabou, Marta voltou ao país onde mais se destacou no futebol, em 2012. Dessa vez, ela vestiu a camisa do Tyresö FF por dois anos. A equipe foi campeã nacional e vice-campeã europeia entre 2013 e 2014.


Após a falência do Tyresö, Marta chegou ao FC Rosengård, em 2014. Seu contrato era de seis meses com possibilidade de prorrogação, o que acabou acontecendo. No Rosengård, a jogadora foi bicampeã da Liga da Suécia, em 2014 e 2015. No ano seguinte, o time foi vice-campeão.


Em 2017, o Orlando Pride dos Estados Unidos contratou Marta, onde a jogadora permanece até hoje, buscando ainda seu primeiro título pelo clube.


Seleção Brasileira


Com a equipe nacional, Marta foi campeã dos Jogos Pan-americanos de 2003 e 2007. Nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008, a equipe foi vice-campeã.


Em 2007, Marta ajudou a Seleção a chegar, pela primeira vez, numa final de Copa do Mundo. Apesar de não ter levado o título do torneio, a jogadora marcou o gol mais bonito da competição na semifinal, o que levou o Brasil para a decisão. Na final, a Alemanha foi campeã, e Marta foi a artilheira do torneio com sete gols marcados.


Atualmente, a jogadora vem sendo ausência nas convocações, devido à recuperação de uma lesão.


Homenagem


Em 2015, Marta superou Pelé, o Rei do Futebol, e tornou-se a maior artilheira da seleção brasileira. Atualmente, possui 117 gols, enquanto Pelé tem 95 gols marcados com a camisa do Brasil.


"A sua conquista significa muito mais que um recorde pessoal. Ela simboliza a esperança de um mundo melhor, em que as mulheres conquistam muito mais espaço. Esse momento inspira milhões de atletas de tantas outras modalidades esportivas, de todos os lugares do mundo, que lutam por reconhecimento. Parabéns pela sua trajetória. Parabéns, pois você é muito mais que uma jogadora de futebol. Você ajuda a construir um mundo melhor com os seus pés", escreveu Pelé para a jogadora em julho de 2021 como celebração da vitória de 5 a 0 do Brasil contra a China na estreia dos Jogos Olímpicos de 2020.


Créditos de imagem: FIFA

Em 2018, Marta conquistou o prêmio de melhor jogadora de futebol do mundo pela sexta vez. A brasileira já havia sido premiada pela Fifa outras cinco vezes consecutivas, de 2006 a 2010. Entre homens e mulheres, Marta foi a atleta mais premiada até a edição de 2019, quando o argentino Lionel Messi também recebeu seu sexto troféu e igualou-se à jogadora.


Outro recorde de Marta é o de maior artilheira de Copas do Mundo. Em 2019, no jogo entre a seleção da Itália e a do Brasil, marcou seu 17º gol em mundiais, ultrapassando Klose, que era o maior artilheiro em mundiais, com 16 gols. Marta também é a primeira atleta a marcar gols em cinco edições diferentes da Copa do Mundo.


Sua primeira copa foi aos 17 anos, em 2003 (três gols), depois esteve presente nas edições de 2007 (sete gols), 2011 (quatro gols), 2015 (um gol) e 2019 (dois gols).


Por esse marco, entrou para o Guinness Book 2021, o livro dos recordes, como a mulher que mais marcou gols em Copas do Mundo.



Marta deixou sua marca na calçada da fama do Estádio Maracanã, o principal do país. Ela é a única mulher com a marca dos pés no local, que carrega memórias de grandes jogadores do futebol nacional, como Pelé, Garrincha e Zico. A homenagem veio depois que Marta recebeu o sexto prêmio de melhor jogadora do mundo. O molde fica em um espaço com o nome de "Rainha Marta".


Créditos de imagem: CBF

Em 2018, a ONU (Organização das Nações Unidas) nomeou Marta como Embaixadora da Boa Vontade para Mulheres e Meninas no Esporte.


Como exemplo de superação no esporte desde a infância, Marta é uma inspiração para jovens atletas e símbolo da luta pela igualdade de gênero no esporte. A jogadora, desde então, dedica-se a apoiar o trabalho das mulheres no esporte pelo mundo. Além disso, também inspira mulheres e meninas a superar barreiras e seguir seus sonhos em diversas outras áreas.


Há cerca de um mês, Marta, maior artilheira do Brasil, foi eternizada com uma estátua de cera pesando em torno de 30 quilos e em tamanho real no Museu da Seleção Brasileira, na sede da CBF.





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