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  • Foto do escritorRafaela Maciel

Posse histórica de Lula: presidente assume 3° mandato de maneira inédita

Lula recebeu a faixa presidencial pelas mãos de representantes do povo brasileiro, a medida precisou ser realizada pela falta do antecessor, Jair Bolsonaro.



No dia 1º de janeiro de 2023, Luiz Inácio Lula da Silva assumiu pela 3ª vez o comando do Brasil, sendo o único presidente eleito democraticamente a governar 3 vezes. Em sua cerimônia de posse, a tradicional passagem da faixa do antecessor para o atual presidente não pôde acontecer, pois o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o país pouco antes. No entanto, a equipe de Lula encontrou uma maneira mais bonita de contornar a cerimônia: convidaram 8 representantes do povo para entregar a faixa.

O gesto histórico emocionou a população, que acompanhou a posse pessoalmente (mais de 170 mil pessoas), por transmissões na televisão aberta e na internet. Os representantes do povo foram: o menino Francisco, de 10 anos; Aline Sousa, catadora de materiais recicláveis; Cacique Raoni, líder indigena muito respeitado; Weslley Viesba Rodrigues Rocha, metalúrgico; Murilo de Quadros Jesus, professor; Jucimara Fausto dos Santos, cozinheira; Ivan Baron, ativista anticapacitista e pessoa com deficiência; Flávio Pereira, artesão que participou ativamente da Vigília Lula Livre, durante os 580 dias em que Lula ficou preso politicamente.


Além dos representantes, a subida pela rampa do Planalto contou com a presença de Resistência, a cachorrinha adotada por Janja e Lula, marcando a 1ª vez que um animal faz parte da cerimônia de posse.



Representantes do povo na cerimônia de posse


Francisco



Francisco é morador de Itaquera, em São Paulo. O menino tem 10 anos e simbolicamente representou as crianças negras durante a cerimônia de posse.


O garoto é um atleta, tendo ganhado o 1° lugar na competição da Federação Aquática Paulista nos 50 metros costas, além dessa, coleciona 16 medalhas de outras competições.

 

Filho de uma assistente social e de um advogado que atua em causas sociais, Francisco sempre teve um senso político muito apurado. Foi durante o Natal dos Catadores (evento que conta com a presença do atual presidente) que Lula e Francisco se conheceram pessoalmente. O atleta assistiu o filme 'Lula, o filho do Brasil' e se emocionou com a história de vida do novo chefe do Executivo. Foi então que resolveu escrever uma carta para Lula, contando que estaria presente na cerimônia de posse e que um dia gostaria de ser presidente também.


Créditos de imagem: Arquivo pessoal

Foi depois de receber essa carta que o petista convidou Francisco para participar como representante do povo.


Créditos de imagem: Rede Globo


Aline Sousa


Créditos de imagem: Globo News

Aline Sousa é de família de catadoras de materiais recicláveis, ela mesma pertence a 3ª geração de catadoras, tendo começado no ofício aos 14 anos. Aline é mãe de 7 filhos e é uma das beneficiadas pelo então programa Minha Casa Minha Vida, projeto de autoria do antigo governo de Lula, que recebeu um novo nome durante a gestão de Jair Bolsonaro, ficando como Casa Verde e Amarela.


Aline é a atual presidente da Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF e Entorno (Centcoop-DF) e atual como responsável pela Secretária Nacional da Mulher e Juventude da Unicatadores.


Créditos de imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

 

Mulher, negra, mãe, catadora, beneficiária do projeto Minha Casa Minha Vida, Aline Sousa foi a responsável por vestir a faixa no atual presidente Lula, gesto que ficará marcado para sempre na história social e política do país, sobretudo na história da mulher brasileira.



Cacique Raoni


Créditos de imagem: Rede Globo

Líder do povo Kayapó, o Cacique Raoni é uma das principais vozes sobre o direito indígena e defesa da terra. Sua subida à rampa na cerimônia de posse marca uma reparação histórica com os povos indígenas. Com isso, Lula reafirma o compromisso com os povos originários do Brasil. Raoni chegou a receber a indicação para o Nobel da Paz em 2020.

 

Sendo uma figura reconhecida internacionalmente, recebeu o título de Membro Honorário da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) em 2021. O cacique tem dedicado sua vida para defender os povos originários. Sua importância é tão grande que foi recebido em 2012 pelo então presidente da França, François Hollande e, quando contraiu Covid-19, foi visitado por um Bispo a pedido do próprio Papa Francisco.


Créditos de imagem: Ricardo Moraes/Reuters

Mas esses não foram os únicos encontros ilustres que o cacique teve em sua caminhada de luta e militância. Em 1950, conheceu o ex-presidente brasileiro Juscelino Kubitschek (do famoso bordão "50 anos em 5" e conhecido pela construção do novo Distrito Federal), foi responsável por ajudar na demarcação do centro geográfico as margens do Rio Xingu, conheceu o Rei Leopoldo 3°, os papas João Paulo 2º e Francisco e três presidentes da França, Fraçois Mitterrand, Jacques Chirac e Emmanuel Macron (atual presidente).


Créditos de imagem: Ricardo Moraes/Reuters

 

Raoni subiu a rampa junto com o novo presidente do país, representando todas as nações indígenas do Brasil. O Governo Lula, inclusive, anunciou um novo Ministério, voltado aos povos originários.


Weslley Viesba Rodrigues Rocha


Créditos de imagem: Arquivo pessoal.

Morador de Diadema, grande São Paulo, Weslley é metalúrgico, casado e pai de 2 filhos. Ele é formado em educação física, formação conquistada com o projeto FIES (Financiamento Estudantil) implementado durante a antiga gestão de Lula.


O metalúrgico também é rapper e conta que recebeu o convite dia 21 de dezembro. A equipe do petista entrou em contato com o presidente do sindicato, procurando um representante para participar da posse.

 

Weslley foi escolhido por ser parte da militância do sindicato e do Partido dos Trabalhadores (PT). Como também é rapper, imaginou que o convite era para algo relacionado à cultura, mas foi surpreendido com o pedido de que participasse da posse do presidente, o qual ele aceitou, emocionado.


Créditos de imagem: Arquivo pessoal.

Mas não foi durante a posse que ele conheceu Lula, e sim em 2021, durante uma visita do petista à fábrica de autopeças e estamparias Delga, em Diadema.


Murilo de Quadros Jesus


Créditos de imagem: Globo News

Professor formado em Letras pela UTFPR, estava em Brasília para a posse e só soube que subiria a rampa um dia antes da cerimônia.


Para ele, foi um convite emocionante. O professor teve uma formação 100% pública, o que torna o convite ainda mais especial por isso: por ser uma pessoa de classe pobre, que estudou e conseguiu ascender.

 

Murilo destaca a importância dos governos Lula e Dilma em sua formação, pois incentivaram a educação, criando mais universidades e mais oportunidades de estudos, dando dignidade à população.


Jucimara Fausto dos Santos


Créditos de imagem: Globo News

Paranaense, a cozinheira ficou conhecida durante a Vigília Lula Livre, foi em um concurso de culinária que Jucimara foi convidada a fazer pão. Ficou por lá cozinhando durante 10 meses.


Muito caridosa, a cozinheira faz doações sempre que pode e participa da Associação de Funcionários da Universidade Estadual do Maringá.

 

Jucimara contou que mandava pão para o presidente Lula, ainda preso, todas as quintas-feiras. Moradora de Maringá, ela explica que participou da Vigília de maneira voluntária. Para ela, ver Lula na presidência é uma sensação de dever cumprido.  


Ivan Baron


Créditos de imagem: Audrey Luiza

Influencer desde 2018, Ivan Baron é potiguar, tem 24 anos e é ativista nas redes sociais, grande defensor das pautas sociais, como inclusão e combatente voraz do anticapacitismo.


Durante a cerimônia de posse, usou um terno todo customizado com os dizeres de sua luta, como a frase “pare de nos excluir”.


Créditos de imagem: Audrey Luiza

Ivan teve meningite viral quando criança, aos 3 anos de idade, doença que causou sua paralisia no cérebro. O ativista tem mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais e foi convidado pessoalmente pela Janja — esposa de Lula e primeira-dama, embora ela tenha pedido para não ser conhecida assim e nem chamada por “dona Rosângela ou dona Janja” — para participar da cerimônia de posse.

 

Para ele, o Brasil de verdade começa agora no novo mandato do presidente Lula e que o gesto de incluir, na cerimônia de posse, pessoas que representassem o povo brasileiro, mostra a preocupação do novo governante com a população real do país.


O influencer se formou na rede pública de ensino médio, começou a estudar nutrição, mas mudou de área, ao se ver apaixonado por pedagogia.

 

Suas postagens eram algo simples, que mostravam seu cotidiano, mas, com o crescimento de seu alcance, passou a ter abordagens mais sérias e inclusivas. Hoje, dá palestras sobre o anticapacitismo em escolas e instituições.


Flávio Pereira


Créditos de imagem: Arquivo pessoal.

Artesão e militante, Flávio, de 50 anos, é nascido em Pinhalão, no Paraná. Esteve na Vigília Lula Livre, enquanto o presidente estava preso. Ele esteve presente durante os 580 dias da Vigília, e seu esforço foi reconhecido ao ser um dos responsáveis por entregar a faixa presidencial.

Com uma cerimônia de posse, em que o foco foi inclusão e respeito, Lula inicia seu mandato pelos próximos 4 anos.



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