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  • Foto do escritorHellica Miranda

Quem é Janja e o que já se espera da primeira-dama?

Esposa do presidente Lula, Janja é socióloga, quebra paradigmas e não quer ser chamada de "primeira-dama".


Créditos de imagem: Ricardo Stuckert

Rosângela da Silva


Nascida em União da Vitória, no Paraná, em 27 de agosto de 1966, Rosângela da Silva, a Janja, se mudou para Curitiba ainda na infância.


Mais nova entre os dois irmãos, Janja é filha do comerciante aposentado José Clóvis da Silva, 82 anos, e da dona de casa Vani Terezinha da Silva, conhecida pelos mais íntimos como “Têre”, falecida em 2020, em decorrência da Covid-19.


Em setembro passado, em um comício em Curitiba, Janja comentou a situação, em lágrimas, enquanto criticava o governo de Bolsonaro: "Sempre que eu vejo o vídeo dele imitando uma pessoa sufocada, ela morre de novo e mais uma vez, mais uma vez".


Janja cursou, nos anos 1990, Ciências Sociais na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde se especializou em História. Atuou como professora e, em meados dos anos 2000, foi contratada para trabalhar como socióloga de campo na usina hidrelétrica Itaipu Binacional, no início do primeiro governo de Lula.


À essa altura, Janja já era filiada ao PT há 20 anos.


Em Itaipu, Janja fez campanhas de enfrentamento à violência contra a mulher e organizou reuniões e atividades no escritório da binacional em Curitiba, recebendo um salário de 17 mil reais.


Janja se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 1983, cinco anos após sua fundação. A socióloga diz ser “petista de carteirinha”, e sempre atuou como militante dos direitos das mulheres e animais.


Conheceu seu então marido, Lula, através caravanas da cidadania que o petista liderou por todo o país no início da década de 1990, após perder a primeira eleição presidencial para Fernando Collor.


Romance


Créditos de imagem: Ricardo Stuckert

No entanto, vieram a se conhecer, "de fato", em 2017, em uma partida de futebol para a inauguração do campo Dr. Sócrates Brasileiro, na Escola Nacional Florestan Fernandes do Movimento Sem-terra (MST), em Guararema (SP).


Em 2018, os dois se aproximaram ainda mais. No entanto, logo o atual presidente foi preso em decorrência da Operação Lava Jato.


Nesse período, contudo, Janja foi essencial para a organização da vigília que acontecia em frente à superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, e visitava o namorado às quintas-feiras.


Além do mais, sempre que podiam, os dois trocavam cartas.


Quando Lula foi solto, em 2019, foram morar juntos. Com eles, a cadelinha adotada, chamada Resistência.


No colo de Janja, Resistência. Com Lula, Paris, a outra cachorrinha do casal.

Foi ideia de Janja, uma das organizadoras da cerimônia de posse, que Resistência subisse a rampa do Planalto ao lado de Lula, bem como a participação de representantes do povo.


Casaram-se em maio de 2022, com a revelação sendo feita apenas um dia antes.


Créditos de imagem: Ricardo Stuckert

Campanha


Créditos de imagem: Ricardo Stuckert

Durante toda a campanha presidencial de Lula, Janja foi voz ativa. Literalmente: discursou, cantou, conversou, deu entrevistas... e figurativamente: ajudou a adaptar o discurso político às redes, chegando a realizar dancinhas para o TikTok, influenciar mudança no jingle de campanha e formar alianças com artistas e celebridades.


Fontes próximas a Janja chegaram a relatar que a ligação para a senadora Simone Tebet (MDB), terceira colocada no primeiro turno e que aderiu à candidatura petista, foi mediada pela própria Janja.


Vamos trabalhar para eu me tornar essa primeira-dama que vocês esperam. E tem um segredinho: vamos tentar ressignificar esse conceito de primeira-dama”.


O que já se espera da primeira-dama?


Créditos de imagem: José Cruz/Agência Brasil

Notável desde o começo da campanha — talvez antes mesmo disso —, a articulação política e social de Janja é inegável. Além disso, sua proximidade e habilidade de estreitar laços com famosos e influencers, somada à sua participação ativa nas redes sociais só tem a acrescentar, atraindo o público mais jovem e aproximando as mulheres do debate político.


Janja já declarou objetivos políticos com o combate à violência contra as mulheres e à fome.


Para o cientista político Rodrigo Prando, "ela reúne algumas qualidades interessantes. Tem formação em ciências sociais, que dá uma compreensão melhor das questões sociais e políticas e tem também experiência como uma pessoa que trabalha em gestão de temas ligados à sustentabilidade. Por essa formação mais sólida nas ciências sociais, somada à sustentabilidade, acredito que ela pode transitar por essas temáticas que são temáticas muito contemporâneas".


Os especialistas também consideram que Janja rejuvenesce a imagem de Lula e, para aqueles que consideram que a "alta cúpula" do PT tenha se afastado dos operários e da população mais pobre, a figura de Janja, que aparece sempre acessível e engajada, pode levar à uma reaproximação.


Declaradamente feminista, centralizou discursos diretamente às mulheres, buscando atrair o voto feminino e a solidificar a participação da mulher na política.


Outra questão que não passa despercebida na figura de Janja é a valorização das raízes brasileiras. A roupa escolhida para a cerimônia de posse é um exemplo simples: assinado pela estilista brasileira Helô Rocha, a mesma responsável pelo vestido de noiva usado por Janja em maio passado, um terno de seda bordado com palhas de bordadeiras do nordeste, utilizando capim dourado e capim colonhão. Além disso, as peças foram tingidas naturalmente, usando caju e ruibarbo.


Créditos de imagem: Helô Rocha

"Queria vestir algo que tivesse simbolismo para o Brasil, para os estilistas, para as cooperativas e para as mulheres brasileiras. A moda não é só um aspecto muito importante da cultura brasileira como é um motor da economia. Quero carregar os estilistas brasileiros aonde for. Mostrar para o mundo, abrir portas de comércio, de oportunidades. Se puder contribuir, vou ajudar", disse Janja à Vogue.








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