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Victoria Woodhull: líder do movimento sufragista das mulheres nos Estados Unidos

A norte-americana era símbolo da luta diária pelos direitos civis, pelo amor livre e pelas reformas laborais.


Nascida em 23 de setembro de 1838 na zona rural de Ohio, Victoria Woodhull é filha de Reuben Buckman Claflin e Roxanna Hummel e recebeu apenas três anos de escolaridade. A família foi forçada à sair da cidade quando seu pai foi considerado suspeito ao incendiar à própria fábrica que era o dono para pegar o seguro.


Em seus primeiros anos, participou do programa itinerante de medicina de sua família, adivinhando a sorte e vendendo remédios caseiros. Tornou-se famosa pela liderança no movimento pelo sufrágio das mulheres nos Estados Unidos em meados do século XIX, sendo símbolo da luta diária pelos direitos civis, pelo amor livre e pelas reformas laborais. Suas autorias em discursos eram alvo de debate e seu papel como representante dos movimentos sociais foi de grande destaque melhorando os direitos das mulheres, trabalhadores e dos pobres.


Casamento e liderança no movimento



Aos 15, casou-se com Canning Woodhull, médico de 28 anos com quem teve dois filhos e com quem passou “maus bocados”. Seu marido tinha problemas com o álcool e negligenciava sua família. Com isso, Victoria trabalhou como atriz, balconista e costureira para sustentar a família. Depois disso, juntou-se com sua irmã mais nova que era cartomante e curandeira viajante e se promoveu como “clarividente médica”. Em meio aos problemas, se divorciou em 1865.


Em 1866, casou-se com James Harvey Blood, outro defensor de ideias radicais sobre a liberdade sexual e mudou-se para Nova York, onde Victoria e a irmã conheceram o financista Cornelius Vanderbilt, milionário que contratou clarividentes para ajudá-lo a entrar em contato com sua esposa recentemente falecida e com isso, aumentaram seu lucro em quase 700 mil dólares. Em troca, ele as ajudou a conhecer os segredos do mercado de ações.


Como consequência, abriram uma corretora sendo as primeiras mulheres à estar à frente numa empresa no ramo financeiro em Wall Street, além de serem donas do Woodhull and Claflin's Weekly, jornal que apoiava o amor livre, o sufrágio feminino e outras reformas políticas progressistas, se destacando por publicar a primeira cópia em inglês do Manifesto Comunista de Karl Marx e por publicar o relato de um caso entre o ministro Henry Ward Beecher e um de seus fiéis.


Luta pela presidência dos Estados Unidos



Victoria se candidatou aos 33 anos para a presidência dos EUA pelo Partido da Igualdade de Diretos, sendo assim, na ocasião, ela combatia contra George Francis Train, empreendedor norte americano.


Woodhull chegou 50 anos antes da alteração na Constituição para garantir e reconhecer o direito das mulheres ao voto no ano de 1920. "Eu não posso votar, mas podem votar em mim", disse ela.


A campanha não foi levada à sério pela sociedade e foi ainda mais dificultada devido ao envolvimento de Victória na polêmica de Beecher, quando publicou um artigo acusando Henry Ward Beecher, um conhecido e amplamente popular padre do Brooklyn, Nova York, de adultério, sendo acusada de difamação e obscenidade.


"A agitação do pensamento é o começo da sabedoria. E eu gosto disso", disse Victoria.



Divorciada de seu segundo marido, Woodhull mudou-se com sua irmã para a Inglaterra em 1877 e se casou com o banqueiro aristocrático John Biddulph Martin em 1883 e tentando se distanciar de suas controvérsias anteriores, participou do movimento sufragista feminino britânico.


Publicou um jornal de 1892 a 1901,  que era conhecido por promover a eugenia, a criação seletiva e a esterilização de uma população destinada a levar a características genéticas desejáveis sendo uma escola de pensamento popular no final do século XIX que discriminava aqueles considerados inferiores, seja por causa de raça, habilidade ou outra qualidade. Woodhull viveu no interior da Inglaterra até sua morte em 1927, aos 88 anos.


Afinal, o que foi o Movimento Sufragista?



O movimento sufragista foi caracterizado pela luta das mulheres pelo direito ao voto. Ocorreu entre o fim do século XIX e o início do século XX sendo negado nas eras democrática devido à organização política sexista da época que excluía as mulheres com a justificativa de que as mulheres não eram capazes de atuar no meio político.


Representou a primeira onda do feminismo e a luta pela igualdade de gênero. Com a criação da União Social e Política das Mulheres em 1903, elas tinham quatro frentes de ação: campanhas publicitárias, manifestações não violentas, manifestações violentas e greves ligadas a movimentos ideológicos de esquerda e que foram importantes aliadas na luta das sufragistas, pois as lideranças sindicais tinham uma maior capacidade de mobilização da massa de trabalhadoras para greves. Muitas sufragistas foram presas devido aos confrontos contra policiais, havendo uma ordem governamental de frear o movimento.



No Brasil, as mulheres faziam parte da elite intelectual e política brasileira e o direito ao voto foi conquistado durante o governo de Getúlio Vargas, em 1932, como parte das medidas da reforma eleitoral.


No Rio Grande do Sul, no ano de 1928, Celina Guimarães Viana conseguiu autorização para votar. A justificativa para a sua participação estava no Código Eleitoral do Rio Grande do Norte de 1926, que permitia o voto a quem reunisse as condições necessárias. A mulher era maior de idade, alfabetizada e não tinha pendências jurídicas, o que era o suficiente para que ela pudesse votar. O juiz que julgou o caso considerou a argumentação válida, e o então governador do Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine, concordou com a questão.


Um ano depois, no ano de 1929, Alzira Soriano tornou-se a primeira mulher eleita à um cargo político quando se candidatou ao cargo de prefeita no município de Lages, no Rio Grande do Norte.

 































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